segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Biblioteca...

   Absorvida no livro Capitães de Areia eu não reparei no que acontecia ao meu redor, os olhos se separam das linhas só quando a luz diminuiu e a leitura se tornou mais lenta. Me levantei olhando para o começo do corredor, havia apenas uma fraca luz vinda de lá, mas o que diabos teria acontecido?
   Levantei abandonando o circulo de livros no chão, quando sai do corredor rumei em direção a porta, que como eu já previa estava fechada,corri de volta ao circo a fim de pegar minha em minha bolsa a lanterna. 'Uma mulher prevenida vale por duas'. Contudo minha vontade de sair dali era minima, eu queria terminar a leitura do livro; sentei-me no chão e devorei o livro que acabou em alguns minutos.
   A biblioteca só se abriria novamente as sete, minha família estava viajando e me deixara em casa, acho que não seria nada mal dar uma explorada nas prateleiras, certo? Peguei a lanterna e fui para os cantos menos frequentados da biblioteca, clássicos da literatura, varias enciclopédias, cheguei até mesmo achar uma prateleira com assuntos mas sujos.
   De repente ouço um barulho, até ai eu acreditava estar sozinha na biblioteca, me escondi em um dos corredores desligando a lanterna e pegando o livro mais pesado que encontrei. Aguardei quase sem respirar até que um vulto apareceu e eu, em vão, tentei acertar o livro nele. Ágil como eu não esperava ele bloqueou o ataque e me pôs no chão sob ele, a força e o peso apontavam para um homem; com certo esforço peguei a lanterna em meu bolso e iluminei nossos rostos, que pro sinal estavam a milímetros um do outro.
   - Por que me atacar? - os lábios se moveram tão próximos que por segundos achei que poderíamos nos beijar.
   -Porque como a biblioteca está fechada eu achei que era a única aqui até ouvir você fazendo barulho e eu me assustei! - falei brava, apesar de sentir o rosto ferver.
   -Ah, como se você pudesse fazer algo contra alguém. - 'arrogante' - não com esses pulsos finos. - ele exclamou segurando meus pulsos enquanto nos erguia.
   Eu dei um resmungo de protesto, mas ele logo mudou de assunto.
   -Então, qual o seu nome, garota?
   -Morgana.
   -Hum, estranho.
   -E o seu, Sr. Normal?
   -Merlin.
   -Ahh.. 
   Ele riu.
   -Não precisa fazer essa cara, está tudo bem, acontece, por que você ficou presa?
   -Estava lendo, só parei depois de estar muito escuro para ver as paginas..
   -Ahh, eu fiquei aqui porque vi uma menina cercada de livros que ignorou completamente todos os sinais de que a biblioteca estava fechando porque estava lendo capitão de areia.
   -Er... - eu obviamente fiquei incrivelmente corada, sorte que o escuro escondia esse tipo de reação. - Então, você ficou aqui por mim?
   -É, mais ou menos, não tem ninguém em casa me esperando e você parece ser interessante. - fez-se então um longo silencio até que chegamos as mesas de fundo da biblioteca.- Que tal brincar de verdade?
   -Hã?
   -Vamos Morgana, um joguinho da verdade. Se não responder vai ter que me pagar.
   -Hum, ok, estamos presos aqui até de manhã mesmo.
   Sentamos em uma mesa e o jogo começou com perguntas padrão, idade, escola, qual faculdade quer ir, acabamos por conhecer tudo o que planejamos para a vida futura nas primeira rodadas. Ele conheceu minha certeza sobre engenharia civil, minha ideia de família, de casa, de casamento. Eu conheci a cabeça peculiar de outro engenheiro que não tinha tudo bem planejado, mas sabia que queria mudar algo para alguém.
   Entramos pouco no assunto família, percebi que quando tentei fazer perguntas do gênero ele ficou desconcentrado e esguio.
   Então finalmente, já deviam ser quase onze horas quando começamos a falar de nossas vidas amorosas. Eu começava a reconhecer aquela pessoa, ele sempre estava na biblioteca comigo, nós sempre ficamos nos olhando de relance, é bom finalmente conversar com ele.
   -Merlin?
   -Oi?
   Chamei-o e agora não tinha coragem de falar nada, apenas fiquei a olhar seus olhos vidrados nos meus. Ele se aproximava na vagarosidade da tartaruga com a astucia da lebre. As testas se encostaram, eu levei meus lábios aos dele, ele acariciou meu rosto, e um suave beijo se fez presente.

sábado, 20 de agosto de 2011

Aquilo que nunca foi perguntado

A melancolia que acolhe os corações aflitos na espera de algo, na busca de algo.
A loucura de não saber o que se quer, o que esperar.
O desespero do futuro, passamos o presente falando sobre o futuro e o futuro falando do passado.
A nostalgia que guarda os sentimentos bons que gostamos de lembrar.
A felicidades das risadas.
A angustia do choro.
A liberdade da alma.
A restrição do corpo, da mente.
Somos a mistura de tudo o que sentimos, de todas as pessoas com quem andamos e um dia andaremos.
Somos a nossa vontade, nossos atos, somos o que não fazemos.
Ahh, doce são os pensamentos, tem liberdade, materializam nosso desejos imprimindo-os em nossas retinas, somos aquilo que queremos e podemos, simplesmente, voltar ao mundo real quando abrimos os olhos.
O que você pensa?

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Eu nucna senti o que sinto por você.
Não é aquela vontade desesperadora de te ver, não é aquela indiferença do ficar, é a constante do saber.
Saber que posso contar com você mesmo sem você falar.
Saber que você me quer como companheira, que me quer por perto.
Saber que mesmo passando por tudo isso que estamos passando nó nos encontraremos e a serenidade acalmará nossos corações aflitos.



Pelo menos é o que eu sinto.