terça-feira, 20 de dezembro de 2011

shhiiiu

     Foi, de fato, a surpresa mais agradável que ela teve em algum tempos, alguém que se orgulhasse tanto dela que perdesse a fala, alguém que coloca a amizade deles antes de todo o rolo em que se meteram pouco tempo antes.
     O carinho contidos nos apelido, a dança, a felicidade de encontrar alguém tão simples e complicado quanto ela sem que ninguém saia ferido.
      O abraço bom, o beijo inesperado, as broncas, o cuidado descuidado.
      Deixe acontecer, prevaleça a amizade.
     O seu toque, a sua mão, o seu corpo, seus olhos, tudo agora parece diferente, parece novamente aquele toque, aquela mão, aquele corpo, aqueles olhos, pelos quais me apaixonei da primeira vez.
     Você sabe tanto quanto eu que eu sou diferente pra você e que você é diferente pra mim,  deve ser por isso que pessoas que se envolvem não voltam a ser amigos tão amigos, mas acontece que você é, você é meu amigo, então me desculpe por esse desabafo.
     É, o que posso fazer se você ainda meche comigo, meche assim como eu sei que mecho com você. porque as pessoas percebem que eu sou diferente, porque eu percebo que sua mão encosta na minha quase sem querer e fica ali, até alguém perceber.
     Eu já não acho ruim suas mãos e braços ficarem ao redor de mim, eu não achei ruim quando sua mão apertava a minha toda as vezes que eu relaxei meus dedos entre os seus.
 

Passado

             Não as duas pessoas mais bonitas, não as duas pessoas melhor vestidas, mas de certo aquelas duas pessoas eram de longe as mais amigas, as mais comunicativas e as mais risonhas entre eles.
             Ela era bonita, mas ainda trazia consigo marcas da adolescência, a base corrigia quase toda imperfeição da sua pele, os olhos delineados escondidos por traz dos óculos diminuíam a vastidão negra coberta por longos cílios.
             Ele era simples, camisa branca, jeans escuros, sapato preto, cabelos emaranhados e castanhos os quais ela não parava de emaranhar ainda mais.
            Eles dançavam, ela as vezes o conduzia, mas ele estava administrando-a muito bem. Suas risadas eram gostosas, as vezes forçadas, as vezes provinham de caretas e silêncios que se rompiam em olhares furtivos.
            Para qualquer um era claro que algo acontecei entre eles, mas nada acontecia, só um brincar de dedos.
            Ela se inclinou pra frente, mas sua boca se movia falando algo no ouvido dele, então ela deu as costas e foi em busca de um lugar mais quieto, pelo menos seu corpo fez menção a sair do lugar onde a barulheira
se concentrava. Contudo a mão dele pareceu muito mais firme e maior quando agarrou o braço dela.                                             Ela se surpreendeu, e voltou em um passo só os dois ou três que já tinham dado, caindo nos braços dele, ela apoiou  o corpo no braço livre dele e olhou com uma expressão horripilante para ele. Ele apenas riu da situação engraçada enquanto ela se punha de pé sobre os saltos; ela olhava intensamente nos olhos dele, ele parara de rir, a mão que ainda apertava o braço da garota subiu-o e repouso na nuca dela, por sua vez ela se esticou toda  o corpo se contorceu, parecia que ela teve um arrepio.
            Em seguida ela ficou tensa, mas segurou firme os cabelos dele quando o beijou de volta.

depois do fim

O pior de acabar um relacionamento é sentir o vazio que ele deixa algum tempo depois, aquela vontade doida de  reviver os melhores momento que tiveram, o desejo dos beijos que foram recebidos, a compreensão e entendimento que foram alcançadas por varias discussões, acabaram.
Triste é ter que esperar o corte cicatrizar e a dor da reabilitação.
Lamentável é se sentir incapaz ao ver aquele que você não conseguiu fazer feliz se tornar feliz por ter outro alguém  ao lado dele, enquanto você ainda espera que lentamente seu corte se cure.
É nesses miserável momento que você muda, muda qualquer coisa pra criar novas lembranças e ir apagando aos poucos aquelas, tão boas, que vem junto com sentimentos que fazem o corte demorar a cicatrizar.