quinta-feira, 17 de setembro de 2009

...Flores...

Eu me lembro..

Foi debaixo dessas flores de cereja, você me prometeu sempre me amar. E foi debaixo dessas mesmas flores que me comunicou que partiria.

Mesmo depois de tudo isso, esse sempre foi meu lugar favorito.

Olhar para as águas calmas do poço em que nos beijamos pela primeira vez me faz sentir algo nostálgico e calmante, como um pressentimento de sua volta.

Mas não passa de um pressentimento, sinto uma lagrima escorregadia descer pela minha face, ela me faz recordar que você acabou tudo comigo e que eu odeio tudo o que você fez por mim até hoje.

Algo pesado cai atrás de mim, me viro rapidamente, é sua mala. Ela cai pesadamente e lentamente, meu coração palpita rápido contrariando minhas ordens, o tempo para. Minha respiração congela, o por do sol atrás de você o faz parecer meu príncipe.

Já faz alguns anos, como você cresceu, hoje é um homem feito. Enquanto eu ainda estou aqui vivendo o nosso passado.

A mala acaba de cair o mundo volta a girar, volto a olhar para o poço como se você não estivesse bem a minha frente contrariando os desejos de me jogar em seus braços.

Nenhum movimento vem de você durante alguns segundos...

Ouço seus passos vindo até mim, uma de suas mãos repousa sobre meu ombro, continuo imóvel.

Seus braços cercam minha cintura, seu queixo toma o lugar de sua mão, enquanto outra lagrima embaça minha visão. Observo nosso reflexo na água do poço, era como se você nunca tivesse partido.

Seus movimentos me obrigam a virar e olhar em seus olhos mais lagrimas tomam conta de minha face.

- Voltei pra você. - Sua voz continha pesar, firmeza e afeto ao pronunciar quase silabicamente essas palavras.

-É...Ainda assim te odeio... - minha voz sou ríspida e embargada por lagrimas.

Um beijo nostálgico com gosto salgado de lagrimas se fez presente, sem nenhuma restrição minha ele nos aproximou ainda mais, se é que isso era possível, e eu me entreguei ao seus braços.

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