segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Compassivo - SasuNaru


Compassivo


Não sou um tipo de pessoa que me importa em ficar na chuva. Não me importo em me molhar, ou mesmo me gripar. Às vezes, vejo pessoas correndo para se esconder da chuva e acho insano. Bom, para elas, que tem alguém para se preocupar, isso deve ser realmente insano.


Eu nem mesmo tenho um guarda-chuvas.


Sentou no chão e tento olhar o céu nublado. A maior parte das vezes, a água me impede de olhar para cima e insiste em cair nos meus olhos. Mas é refrescante. Mas é solitário.


Nunca me imaginei me abrigando da chuva, afinal o que adiantaria? Eu já havia me molhado e aposto que ninguém me daria um esporro por ficar na chuva. Não tenho tantos que se compadeçam por mim.


Veja bem, não é que eu seja um tolo desistente. Apenas não vejo a necessidade de me esquivar desse tipo de...


“Dobe. Está se encharcando”

A voz conhecida despertou o loiro de seus devaneios. Piscou algumas vezes, mirando o guarda-chuva que agora protegia sua cabeça; e descobria a de Sasuke.


“Agora você é quem está se molhando, Teme.” Reclamou no mesmo tom, mostrando a língua.

“Quero ver amanhã você espirrando feito um idiota. Ah não, dizem que idiotas não pegam resfriado.” Naruto apenas lhe mandou um gesto obsceno, o que lhe fez rir.


Mas passaram-se alguns minutos e o Uchiha não desistiu de ficar ali parado ao lado do loiro, sem nenhum esforço para sair da chuva ou cobrir-se. Apenas cobria a cabeça de Naruto, estando agora quase tão encharcado quando o próprio.


“Sai dessa chuva. Tem gente que vai se preocupar se você ficar doente.” Reclamou, empurrando a mão do outro para o lado. Mas a mão voltou automaticamente para cobri-lo.


“Às vezes eu penso que além de retardado, você é surdo. Tão surdo que nem escuta o que você mesmo diz.”


Aquelas simples palavras fizeram o menor levantar o olhar, um tanto quanto atônito. Ainda pasmo, se levantou do chão.


“Desfaça essa cara de bobo.” Com aquilo, acordou do estado de choque e deu-lhe a língua, emburrado, seguindo com ele para algum lugar seco. Timidamente, apesar de tudo, segurou-lhe a mão livre.


Era o sempre compassivo Teme que ele desejava que lhe salvasse da chuva, quando se lamuriava em meio aos temporais. Como se fizesse para com Deus uma chantagem emocional. “Traga-me a compaixão do teme, você não tem dó de mim?”

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